sábado, 28 de julho de 2012

A ORIGEM DO UNIVERSO

Nesta postagem, teremos uma seguencia de videos sobre a origem do universo, além de um estudo detalhado sobre diversos conceitos.
I Video
II Video
III Video
IV Video
V Video
VI Video
VII Video
VIII Video
IX Video














2012, ano em que, supostamente as profecias se concretizariam, entre elas a do fim do mundo. Existem vàrias teorias sobre o tema. A hipotese de que algum tipo de transforamaçao acontecerà nao està descartada.  Na verdade,  estamos entrando uma nova era, onde os nossos valores  serao de suma importancia. Nao podemos continuar como estamos. O mundo tem que recomeçar de forma diferente para garantir a sobrevivencia no planeta.  Iniciaremos com um  video de  Mr Robert Happé, estudioso de religioes e segundo ele estamos vivendo a época do despertar. Despertar para o amor que è o segredo da vida e isolar o medo, o panico, os problemas, os julgamentos e as reclamaçoes que  colacam em nossas mentes. Esse medo que transforma a humanidade e que pode destruir o individuo. 
Considero importante ouvir durante alguns minutos as palavras de Mr Happé  para que voce se conscientize sobre  sentimentos ocultos.

Nesta ediçao, vamos fazer um estudo baseado em diversas pesquisas  pela internet  sobre a origem do universo sob diversos pontos de vistas. Iniciaremos com o entendimento sobre cosmogonia e a cosmologia. 


Definiremos essas duas palavras tão comuns em estudos sobre mitologias.  Basicamente se definem como coisas bem semelhantes, se por um lado a cosmogonia se refere ao estudo das origens do universo, por outro a cosmologia é o estudo que busca a compreensão e o entendimento dos mecanismo do universo e de seu desenvolvimento.


Teoricamente, toda mitologia possui uma cosmologia e uma cosmogonia. Para facilitar a compreensão,vamos pegar uma mitologia qualquer e analisar sua cosmogonia. No caso da mitologia cristã, por exemplo, a lenda conhecida como "Gênesis" constitui sua cosmogonia, na qual vemos o suposto processo de criação do universo pelo deus.Usando o mesmo exemplo do cristianismo, e a mesma coleção de lendas que compõem o corpus mitológico cristão (a Bíblia) ,descobrimos que, segundo sua cosmologia, o universo é dividido em três partes:a Terra, o Paraíso e o Inferno. Segue-se então a descrições desses diferentes níveis, suas características e propriedades.

O estudo da origem do universo, denominado Cosmogonia ou Cosmogênese é um tema que sempre interessou à Humanidade. Em todos os povos, nas mais diversas épocas, surgiram muitas tentativas de compreender de onde veio tudo o que conhecemos. No passado, a religião e a mitologia eram as únicas fontes de conhecimento. Elas propunham uma certa visão de como um ou vários deuses produziram este mundo.


Há mais de 2 mil anos, surgiu o pensamento filosófico. Ele propôs novas idéias, modificando ou mesmo abandonando a tradição religiosa. Por fim, com o de universo.


Atualmente, a ciência predomina. É dessa ciência que muitos esperam obter a resposta às suas indagações sobre a origem do universo. Mas, dentre as tantas "provas definitivas" que são publicadas, muitas não são se não variações da teoria anterior. 
A ciência parece ter se inspirado na filosofia, que se inspirou na mitologia, que, por sua vez, se inspirou na religião. Assim, acontece que um conceito atual de "explosão de um ovo cósmico", pode ter suas origens numa lenda de uma civilização da Antiguidade.


Procuraremos explorar as lendas e teorias sobre a criaçao do univierso, para talvez encontrarmos as coincidencias que ligam a sociedade do sèculo à mais antiga das civilizaçoes.




Não  pretendemos elucidar esse mistério, mas sim mostrar um pouco do que o intelecto e o imaginário humano foram capazes de criar durante séculos de reflexão sobre a Origem do Universo.

As diversas teorias sobre a origem do universo serao agrupadas em: teorias mitológicas ou teológicas, filosóficas e científicas.

As teorias mitológicas ou teológicas são, indiscutivelmente, as mais primitivas, sendo que as mais antigas destas remontam à pré-história. Talvez aqui possamos fazer uma subdivisão deste grupo em Mitologia e Teologia. A diferença é que a Mitologia é mais primitiva, abordando os assuntos que lhe dizem respeito de forma sempre fantástica e subjetiva, enquanto a Teologia, podendo ser considerada parte da Filosofia, tem predominância racional, mas, no caso da criação do universo, baseia-se antes de tudo na autoridade de fontes Religiosas, principalmente a Bíblia. Essas explicações predominantes na Idade Média, fazem uma fusão entre a Razão e os Mitos e representam uma forma de pensamento que na realidade tem representantes ainda hoje, por meio das grandes religiões do mundo.

As teorias filosóficas têm origem na Grécia a partir do século VI AC. As explicações filosóficas deixaram de se basear nos mitos e se centraram na razão. Mesmo sem possuir os recursos científicos da atualidade, diversos filósofos elaboraram teorias racionais e geralmente espetaculares para explicar o mundo que nos rodeia, inclusive os astros celestes. Nessa época onde o conhecimento progrediu tanto, mentes humanas ousaram teorias que hoje em dia parecem ainda mais impressionantes.

Já as teorias científicas ocorrem com a ascenção e domínio da Ciência na Idade Moderna e prosseguem até a contemporaneidade. Aqui o Ser Humano desenvolve explicações com base rígida em cálculos e nas consagradas Leis da Natureza, tendo já uma visão ampla do universo, inédita em qualquer um dos tipos cosmogônicos anteriores. Pela primeira vez tentou-se explicar o universo tendo uma noção mais sólida do que são os astros ao nosso redor, e tendo ciência da imensidão abissal do Cosmo, onde a Terra ocupa apenas um minúsculo espaço. Porém, basta uma simples olhada pelas teorias científicas atuais para percebermos que ainda temos mais perguntas do que respostas.

Mitos e Religiões
"Assim, eles tomaram suas decisões sobre o céu e a terra. (...) Eles confiaram aos grandes deuses a produção do dia e a renovação do mês, para as observações astrológicas dos homens. Viu-se então o Sol se levantar e os astros brilharem para sempre em pleno céu." Mito Babilônico

Na Mitologia, parte integrante da maioria das religiões, está a mais antiga forma de se tentar conceber e compreender a origem e os fundamentos da realidade que nos cerca, o que nesse contexto geralmente se restringe a alguma região do Mundo. Se baseiam em lendas, mitos, que, ao abordar assuntos tão importantes, sempre apresentam conteúdos fantásticos e subjetivos. Apesar de geralmente absurdas pelo ponto de vista atual, elas representam a tentativa da humanidade primitiva de explicar questões que até hoje nos afligem, revelam ricos conteúdos psicológicos de cada cultura em que se desenvolveram, e são sempre poéticas e envolventes.


Cosmogonia 

Neste contexto, não  pretendemos elucidar esse mistério, mas sim mostrar um pouco do que o intelecto e o imaginário humano foram capazes de criar durante séculos de reflexão sobre a Origem do Universo.

Dividiremos as diversas teorias sobre a origem do universo em grupos: teorias mitológicas ou teológicas, filosóficas e científicas.

As teorias mitológicas ou teológicas são, indiscutivelmente, as mais primitivas, sendo que as mais antigas destas remontam à pré-história. Talvez aqui possamos fazer uma subdivisão deste grupo em Mitologia e Teologia. A diferença é que a Mitologia é mais primitiva, abordando os assuntos que lhe dizem respeito de forma sempre fantástica e subjetiva, enquanto a Teologia, podendo ser considerada parte da Filosofia, tem predominância racional, mas, no caso da criação do universo, baseia-se antes de tudo na autoridade de fontes Religiosas, principalmente a Bíblia. Essas explicações predominantes na Idade Média, fazem uma fusão entre a Razão e os Mitos e representam uma forma de pensamento que na realidade tem representantes ainda hoje, por meio das grandes religiões do mundo.

As teorias filosóficas têm origem na Grécia a partir do século VI AC. As explicações filosóficas deixaram de se basear nos mitos e se centraram na razão. Mesmo sem possuir os recursos científicos da atualidade, diversos filósofos elaboraram teorias racionais e geralmente espetaculares para explicar o mundo que nos rodeia, inclusive os astros celestes. Nessa época onde o conhecimento progrediu tanto, mentes humanas ousaram teorias que hoje em dia parecem ainda mais impressionantes.

Já as teorias científicas ocorrem com a ascenção e domínio da Ciência na Idade Moderna e prosseguem até a contemporaneidade. Aqui o Ser Humano desenvolve explicações com base rígida em cálculos e nas consagradas Leis da Natureza, tendo já uma visão ampla do universo, inédita em qualquer um dos tipos cosmogônicos anteriores. Pela primeira vez tentou-se explicar o universo tendo uma noção mais sólida do que são os astros ao nosso redor, e tendo ciência da imensidão abissal do Cosmo, onde a Terra ocupa apenas um minúsculo espaço. Porém, basta uma simples olhada pelas teorias científicas atuais para percebermos que ainda temos mais perguntas do que respostas.

Mitos e Religiões
"Assim, eles tomaram suas decisões sobre o céu e a terra. (...) Eles confiaram aos grandes deuses a produção do dia e a renovação do mês, para as observações astrológicas dos homens. Viu-se então o Sol se levantar e os astros brilharem para sempre em pleno céu." Mito Babilônico
Na Mitologia, parte integrante da maioria das religiões, está a mais antiga forma de se tentar conceber e compreender a origem e os fundamentos da realidade que nos cerca, o que nesse contexto geralmente se restringe a alguma região do Mundo. Se baseiam em lendas, mitos, que, ao abordar assuntos tão importantes, sempre apresentam conteúdos fantásticos e subjetivos. Apesar de geralmente absurdas pelo ponto de vista atual, elas representam a tentativa da humanidade primitiva de explicar questões que até hoje nos afligem, revelam ricos conteúdos psicológicos de cada cultura em que se desenvolveram, e são sempre poéticas e envolventes.


Mitologia Judaico-Crista: A Criaçao do Mundo em 7 dias



De todas as histórias para tentar explicar a origem do universo, talvez a versão bíblica seja a mais difundida em todo o mundo.

"No princípio criou Deus os céus e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.
E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.

E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.
E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.
E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.
E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.

E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
 E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.
E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra,
E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.
E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.

E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus.
E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.
E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.

E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.
E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.
E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Gênesis 1:1-31

Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.
E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.
Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus."

Origem Indigena do Universo


Assim como todos os povos, os indios tambem tinham sua propria concepcao sobra a origem de tudo.

Porém, como existiram diversas tribos indígenas espalhadas por toda América com níveis diversos de desenvolvimento, culturas e costumes, não é possível falar em uma "origem indígena do universo".
O que será mostrado agora é uma lenda indígena, da Amazônia, que conta a origem do mundo:
"No princípio, contam, havia só água e céu.
Tudo era vazio, tudo noite grande.
Um dia, contam, Tupana desceu de cima, no meio de vento grande; quando já queria encostar na água, saiu do fundo uma terra pequena; pisou nela.
Nesse momento, Sol apareceu no tronco do céu, Tupana olhou para ele. Quando Sol chegou no meio do céu, seu calor rachou pele de Tupana, a pele de Tupana começou logo a escorregar pelas pernas dele abaixo. Quando Sol ia desaparecer para o outro lado do céu, a pele de Tupana caiu do corpo dele, estendeu-se por cima da água pra já ficar terra grande.


No outro Sol já havia terra, ainda não havia gente.
Quando o Sol chegou no meio do céu, Tupana pegou uma mão cheia de terra, amassou-a bem, depois fez uma figura de gente, soprou-lhe no nariz, deixou no chão. Essa figura de gente começou a engatinhar, não comia, não chorava, rolava a toa pelo chão. Ela foi crescendo, ficou grande como Tupana, ainda não sabia falar.
Tupana, ao vê-lo já grande, soprou fumaça dentro da boca dele, então começou já querendo falar. No outro dia, Tupana soprou também na boca dele, então, contam, ele falou. Ele falou assim:
‘Como tudo é bonito para mim! Aqui está a água com que hei de esfriar minha sede. Ali está o fogo do céu com que hei de aquecer meu corpo quando ele estiver frio. Eu hei de brincar com água, hei de correr por cima da terra; como o fogo do céu está no alto, hei de falar com ele aqui de baixo.’
Tupana, contam, estava junto dele, ele não viu Tupana."



 Origem do universo segundo a Mitologia Grega

http://osdeuseseohomem.blogspot.it/2011/03/deus-caos.html#comment-form
Os gregos possuem uma das mais interessantes histórias para explicar os acontecimentos e fenômenos diários. Deuses que muitas vezes se comportam como mortais, submetem a humanidade as suas vontades e suas ações movem o mundo. A origem dos Deuses está ligada origem do Universo. Ela é descrita assim:
No início só havia o Khaos ( Caos ). Dele surgiram Gaia ( Terra ), o que está abaixo dela: o Tártaros, e Eros ( Desejo ). Do Khaos ainda surgiram Erebos ( trevas ) e Nyx ( noite ).
Da união de Erebos e Nyx nascem Aither ( éter ) e Hèméra ( dia ).
Gaia por sua vez gerou Ouranos ( céu ), igual a ela própria em tamanho para que a cobrisse e fosse morada segura para os Deuses.
Posteriormente Gaia tem com Ouranos vários filhos: os Gigantes, os Hecatoncheires e os Titãs. Por temer o poder de seus filhos, Ouranos baniu os gigantes e os Hecatoncheires para o Tártaros. Gaia não satisfeita incitou os Titãs a lutar contra seu pai e Kronos aceitou a missão.
Gaia deu ao seu filho uma pequena foice, bastante afiada, e armou com ele um estratagema: Quando Urano retornasse para casa, "trazendo a noite", ele atacaria o pai e o sobrepujaria. E assim Kronos esperou o momento certo e avançou sobre Urano, cortando seus genitais com a foice e atirando longe.
Após ser destronado por Kronos, Ouranos diz a ele que um dia um de seus filhos também o destronaria. Assim Kronos desposou sua irmã Réia e teve com ela seis filhos: Héstia, Hera, Dèmeter, Hades, Poseidon e Zeus. Porém assim que atingiam a altura do joelho da mãe, ele os engolia.
Não gostando da situação, Réia oculta o último filho, Zeus, e no seu lugar dá a Kronos uma pedra, que é engolida.
Depois que cresce Zeus decide se vingar de Kronos. Através de um artifício, seu pai vomitar todos os filhos engolidos. Com ajuda de seus irmãos e outros Deuses Zeus luta contra Kronos, que por sua vez é ajudado por seus irmãos Titãs.
Zeus vence e prende Kronos e os Titãs abaixo da Terra ( Gaia ) no Tártaros. E assim Zeus passa a ser o soberano dos Deuses gregos.



Origem do universo segundo a Mitologia Hindu

As versões da origem do universo na Índia são tão sofisticadas e intelectualizadas quanto a Mitologia grega. Uma delas está representado num texto anterior a era Cristã, chamado Código de Manu. Esse texto é descrito a seguir:
"Este mundo era trevas, imperceptível, sem distinções, impossível de se descobrir, incognoscível, como se estivesse totalmente mergulhado no sono.
Então este grande senhor auto-existente, indiscernível, manifestou-se, removendo a obscuridade; indiviso, ele tornou discernível este mundo com as cinco grandes substâncias e outros elementos.
Ele, que só pode ser apreendido pelo órgão supra-sensível, sutil, indiviso, eterno, que é a essência de tudo, o incompreensível, ele brilhou por si próprio."
Aqui vão alguns esclarecimentos:
Inicialmente existe algo chamado trevas e um Deus supremo e abstrato. Este era denominado Brahman. A partir de sua vontade o mundo será criado. A princípio ele é uma unidade, mas vai se dividir e fragmentar como os deuses gregos.
"Desejando produzir diferentes criaturas de seu próprio corpo, por sua vontade criou inicialmente as águas e nelas depositou sua semente.
Esta tornou-se um ovo dourado, brilhante como o astro de mil raios, no qual ele próprio nasceu como Brahmà, antecessor dos mundos.
( ... )
Esse senhor, tendo habitado esse ovo por um ano, dividiu-o em duas partes pelo seu mero conhecimento.
Com essas duas conchas ele formou o céu e a Terra e, no meio, o firmamento, as oito regiões e a eterna morada das águas."


Brahmà é o Deus criador, uma forma ativa de Brahman, o Deus supremo.
O mito apresentado pelo Código de Manu prossegue, indicando que Brahmà produz logo em seguida a mente, o ego e as substâncias fundamentais. Após a criação da matéria e do espírito, ele se põe a formar as diferentes criaturas e a estabelecer as leis naturais. Neste ponto pode-se dizer que o universo está formado.




Mitologia Chinesa - Pan Gu, o Criador do Universo

Segundo a Mitologia Chinesa, há muitos e muitos anos atrás, antes do principio do céu e da terra, o Universo constituía uma confusa massa negra que se assemelhava a um grande ovo, dentro do qual se encontrava em crescimento e dormia a sono solto um gigantesco embrião, chamado Pan Gu.
Passados cerca de 18 mil anos, Pan Gu começou a acordar. Quando, finalmente, abriu os olhos e se pôs a olhar em volta, descobriu que tudo era tão negro que não conseguia distinguir nada. Isto o aborrecéu muito, tanto que, acabando por ficar enraivecido, abriu a palma da sua enorme mão e, brandindo o seu possante braço, desferiu um violento golpe na confusão negra que o rodeava.


Craque! O ovo estalou com um colossal estrondo, fragmentando-se a negritude que se encontrava estática e condensada nele há centenas de milhares de anos. Na sucessão deste acontecimento, os elementos que eram mais leves subiram lentamente para as alturas e dispersaram-se gradualmente, acabando por se transformar no azul do céu, enquanto que os mais pesados e turvos desceram vagarosamente para as profundezas, transformando-se na terra. De pé, entre o céu e a terra, Pan Gu respirou, então, profundamente, sentindo-se agora muito à vontade e prazenteiro.


O céu e a terra estavam finalmente separados, contudo, Pan Gu, tendo receio de que eles viessem a juntar-se de novo, resolveu sustentar o céu com os seus braços levantados, calcando firmemente a terra com os seus pés. Entretanto, o corpo de Pan Gu crescia tão rapidamente que atingia em media três metros por dia, e o céu e a terra distanciavam-se, assim, quotidianamente, cerca de três metros. Passados 18 mil anos, o céu tinha atingido colossais alturas e a terra tinha-se tornado extremamente compacta. Entretanto, por mais estranho que possa parecer, Pan Gu tinha crescido descomunalmente. Mas, afinal, qual era agora a altura de Pan Gu? Dizia-se que tinha ultrapassado 45 mil quilômetros. Tinha-se realmente transformado em um extraordinário gigante que tocava o céu com a cabeça e tinha os pés firmemente assentes na terra.


Fora justamente graças à força divina de Pan Gu, que o céu e a terra tinham sido criados, e era agora devido a sua interposição, que estes se mantinham separados, não havendo jamais o perigo de virem a juntar-se de novo. Se bem que a original confusão negra tivesse desintegrado completamente e não fosse mais do que uma memoria do passado, Pan Gu tinha ficado tão exausto na sua grandiosa obra de criação, que não tardou a morrer de cansaço.


Apos a criação do céu e da terra, Pan Gu tinha imaginado poder vir a criar um brilhante e esplendoroso mundo sobre o qual pairassem o sol e a lua, revestido por montanhas, rios e toda uma variedade de coisas, habitados pelos homens e demais seres vivos. Infelizmente, devido à sua morte prematura, não pode realizar esse seu grandioso plano, mas, antes de dar seu ultimo suspiro, ainda teve alento para metamorfosear partes do seu corpo moribundo.


O seu hálito transformou-se em brisa, nas nuvens e nos nevoeiros do céu, e a sua voz no estrondo dos trovoes.


O seu olho esquerdo transformou-se no sol resplandecente que ilumina a terra, o seu olho direito na lua brilhante, e os seus cabelos e bigodes na minada de estrelas do firmamento.
Os seus quatro membros e tronco transformaram-se em cinco maciças montanhas - quatro perdendo-se nas extremidades de leste, oeste, sul e norte do planeta, situado no centro do universo.


O seu sangue transformou-se em impetuosos rios que passaram a sulcar a crosta terrestre, e os seus tendões, em caminhos que intercomunicam todos os pontos do globo.

MITOLOGIA NORDICA 

Primeiro, havia o Caos, que era o Nada do Mundo, e isto era tudo quanto nele havia. Nem Céu, nem Mar, nem Terra - nada disto havia. Apenas três reinos coexistiam: o Ginnungagap (o Grande Vazio), abismo primitivo e vazio, situado entre Musspell (o Reino do Fogo) e Niflheim (a Terra da Neblina), terra da escuridão e das névoas geladas. Durante muitas eras, assim foi, até que as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflheim e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo.


Das alturas abominavelmente tórridas do Musspell, desceu um ar quente e este encontro do calor que descia com o frio que subia de Niflheim começou a provocar o derretimento do imenso bloco de gelo. Após mais alguns milhares de eras - pois que o tempo, então, não se media pelos brevíssimos anos de nossos afobados calendários - o gelo foi derretendo e pingando e deixando entrever, sob a outrora gelada e espessa capa branca, a forma de um gigante.


Ymir era o seu nome - e por ser uma criatura primitiva, dotada apenas de instintos, o maniqueísmo batizou-a logo de má. Ymir dormiu durante todas estas eras, enquanto o gelo que o recobria ia derretendo mansamente, gota à gota, até que, sob o efeito do calor escaldante de Musspell, que não cessava jamais de descer das alturas, eis que ele começou a suar. O suor que lhe escorria copiosamente do corpo uniu-se, assim, à água do gelo, que brotava de seus poderosos membros - e este suor vivificante deu origem aos primeiros seres vivos. Debaixo de seu braço surgiu um casal de gigantes e da união de suas pernas veio ao mundo outro ser da mesma espécie, chamado Thrudgelmir. Estes três gigantes foram as primeiras criaturas, que surgiram de Ymir; mais tarde, Thrudgelmir geraria Bergelmir, que daria origem à toda a descendência dos gigantes.


Entretanto, do gelo derretido também surgira, além das monstruosidades já citadas, uma prosaica vaca de nome Audhumla, de cujas tetas prodigiosas manavam quatro rios, que alimentavam o gigante Ymir. Audhumla nutria-se do gelo salgado, que lambia continuamente da superfície, e, deste gelo, surgiu ao primeiro dia o cabelo de um ser; no segundo, a sua cabeça; e, finalmente, no terceiro, o corpo inteiro. Esta criatura egressa do gelo chamou-se Buri e foi a progenitora dos deuses. Seu primeiro filho chamou-se Bor, e, desde que pai e filho se reconheceram, começaram a combater os gigantes, que nutriam por eles um ódio e um ciúme incontroláveis.


Esta foi a primeira guerra de que o universo teve notícia e incontáveis eras sucederam-se sem que ninguém adquirisse a supremacia. Finalmente, Bor casou-se com a giganta Bestla e, desta união, surgiram três notáveis deuses: Wotan (também chamado Odin), Vili e Ve. Dos três, o mais importante é Wotan, que um dia chegará a ser o maior de todos os deuses. E, porque assim será, um dia, ele próprio disse a seus irmãos:


- Unamo-nos a Bor e destruamos Ymir, o perverso pai dos gigantes!
Os quatro juntos derrotaram, então, o poderoso gigante, e com sua morte, acabou também a quase totalidade dos demais de sua espécie, afogada no sangue de Ymir. Um casal, entretanto, escapou do massacre: Bergelmir e sua companheira, que construíram um barco feito de um tronco escavado e foram se refugiar em Jotunheim, a terra dos Gigantes, onde geraram muitos outros. Desde então, a inimizade estabeleceu-se, definitivamente, entre deuses e gigantes, cada qual vivendo livremente em seu território, mas sempre alerta contra o inimigo.


Dos restos do cadáver do gigantesco Ymir, Wotan e seus irmãos moldaram a Midgard (Terra-Média): de sua carne, foi feita a terra; enquanto que, de seus ossos e seus dentes, fizeram-se as pedras e as montanhas. O sangue abundante de Ymir correu por toda a terra e deu origem ao grande rio que cerca o universo.


- Ponhamos, agora, a caveira de Ymir no céu - disse Wotan a seus irmãos, após haverem completado a primeira tarefa.


Wotan fez com que quatro anões mantivessem a caveira suspensa nos céus, cada qual colocado num dos pontos cardeais. Em seguida, das faíscas do fogo de Musspell, brotaram o sol, a lua e as estrelas; enquanto que, do cérebro do gigante, foram engendradas as nuvens, que recobrem todo o céu.


Entretanto, após terem remexido a carne do gigante, com a qual moldaram a terra, os três deuses descobriram nela um grande ninho de vermes. Wotan, penalizado destas criaturas, decidiu dar-lhes, então, uma outra morada, que não, o Midgard. Os seres subumanos, que pareciam um pouco mais turbulentos que os outros, foram chamados de Anões e receberam como morada as profundezas sombrias da terra (Svartalfheim). Os demais, que pareciam ter um modo mais nobre de proceder, foram chamados de Elfos e receberam como morada as regiões amenas do Alfheim.

Completada a criação de Midgard, caminhavam, um dia, Wotan e seus irmãos sobre a terra para ver se tudo estava perfeito, quando encontraram dois grandes pedaços de troncos caídos ao solo, próximos ao oceano. Wotan esteve observando-os longo tempo, até que, afinal, teve outra grande idéia:
- Irmãos, façamos de um destes troncos um homem e do outro, uma mulher! E assim se fez: ele foi chamado de Ask (Freixo) e ela, de Embla (Olmo). Wotan lhes deu a vida e o alento; Vili, a inteligência e os sentimentos; e Ve, os sentidos da visão e da audição. Este foi o primeiro casal, que andou sobre a terra e originou todas as raças humanas que habitariam por sucessivas eras a Terra-Média. Depois que Midgard e os homens estavam feitos, Wotan decidiu que era preciso que os deuses tivessem também uma morada exclusiva para si:
- Façamos Asgard e que lá seja o lar dos deuses! - exclamou ele, que, como se vê, era um deus de energia e vontade inesgotáveis.


Este reino estava situado acima da elevada planície de Idawold, que flutuava muito acima da terra, impedindo que os mortais o observassem. Além disso, um rio cujas águas nunca congelavam - o Iffing - separava a planície do restante do universo. Mas, Wotan, sábio e poderoso como era, entendeu que não seria bom se jamais existisse um elo de ligação entre deuses e mortais. Por isso, determinou que fosse construída a ponte Bifrost (a ponte do Arco-íris), feita da água, do fogo e do mar. Heimdall, um estranho deus nascido ao mesmo tempo de nove gigantas, ficaria encarregado, desde então, de vigiá-la noite e dia para que os mortais não a atravessassem livremente no rumo de Asgard. Para isso, ele portava unia grande trompa, que fazia soar todas as vezes que os deuses cruzavam a ponte.
A morada dos deuses possuía várias residências, as quais foram sendo ocupadas pelos deuses à medida que iam surgindo. O palácio de Wotan, o mais importante de todos, era chamado de Gladsheim. Ali, o deus supremo linha instalado o seu trono mágico, Hlidskialf, de onde podia observar tudo o que se passava nos Nove Mundos e receber de seus dois corvos, Hugin (Pensamento) e Muniu (Memória), as informações trazidas das mais remotas regiões do universo.


Entretanto, se na mais alta das regiões estava situado o paraíso daquele soberbo universo, nas profundezas da terra, muito abaixo de Midgard, estava o Niflheim, o horrível e gelado reino dos mortos. Lá pontificava a sinistra deusa ú, filha de Loki, que se regozija Com a fome, a velhice e a doença, e que tem ao lado a serpente Nidhogg. Esta se alimenta dos cadáveres dos mortos e se dedica a roer continuamente uma das raízes da grande árvore Yggdrasil, um freixo gigantesco que se eleva por cima do mundo e deita suas raízes nos diversos reinos, entre os quais, o próprio Asgard. Ao alto da copa frondosa desta imensa árvore, sobrevoa uma gigantesca águia, que vive em guerra aberta contra a serpente Nidhogg. Um pequeno esquilo - Ratatosk -, que passa a vida a correr desde o alto da Árvore da Vida até as profundezas onde está a terrível serpente, é o leva-traz dos insultos que estas duas criaturas se comprazem em trocar sem jamais esgotar seu infinito estoque de injúrias.


Nesta árvore fundamental, diz a lenda que o próprio Wotan esteve pendurado durante nove longas noites, com uma lança atravessada ao peito, para que pudesse aprender o significado oculto das Runas, o alfabeto nórdico, que rege e governa a vida dos deuses e dos homens. 


Quando seu martírio terminou, Wotan havia se tornado, definitivamente, o mais poderoso e sábio dos deuses, tendo o poder de curar doenças e de derrotar os inimigos com sua poderosa lança, Gungnir - ao mesmo tempo, sua mais poderosa arma e local de registro de todos os seus acordos.


Yggdrasil é o centro do mundo, e, enquanto suas raízes continuarem a suportar o peso de seu prodigioso tronco e de seus ramos infinitos, o mundo estará firme e a vida será soberana, sob os auspícios de Wotan, senhor dos deuses.


Mitologia Sumèriana

O PAÍS



Sumer, Sumere ou Suméria era a longa faixa de terra da Mesopotâmia (palavra grega que significa "Entre rios", isto é, o Tigre e o Eufrates) que terminava no Golfo Pérsico. Muito menos isolada que o Egipto, essa planície era a passagem entre o Mediterrâneo e o Oriente. A Mesopotâmia antiga permaneceu desconhecida, praticamente, até o fim do século XIX; as esca­vações arqueológicas a redescobriram.

Toda a terra que medeia entre os rios, Mesopotâmia em sentido estrito, é formada pelas aluviões do Tigre e Eufrates, e sua parte meridional, muito baixa, é aberta sobre o mar. Os dois rios não desempenham a mesma função que o Nilo no Egipto: suas cheias são brutais, desiguais, e quando transbordam causam verdadeiras catástrofes.

A zona mais próxima ao Golfo Pérsico foi habitada por povos de origem ainda desconhecida, que se estabeleceram no vale do Eufrates, provavelmente no início do V milenário a.C. Esse povo criou uma das mais antigas civilizações históricas. A sua história prolonga-se até todo o III milenário e só desapareceu quando Sumet foi conquistada pelos elamitas e semitas amorreus. À grande região da Mesopotâmia a Bíblia dava o nome de Aram-Nacharam, "Síria entre rios"; hoje compreende o Iraque, e Bagdade é sua capital. Confina ao N. com a Turquia, a O. com a Síria francesa e a Transjordânia, ao S. com a Arábia Saudita e a L. com a Pérsia, atuallrã. Os rios Tigre e Eufrates, que banham toda essa região, correm do noroeste para sueste; reú­nem-se pouco acima da actual Basra, e deságuam no Golfo Pér­sico. A Assíria, velho país de Assur, estendia-se ao N., ao longo do Tigre; Babilónia, a antiga Sumer, e Acádia, corriam para o S., entre o Eufrates e o Tigre, descendo até o Golfo Pérsico.


Os mitos de Suméria são cosmológicos e procuram investigar a origem do povo, da raça, da sociedade. P- mitologia subjectiva: representa aquele estágio em que a reflexão humana, pela pri­meira vez, tomou conhecimento dos fenómenos psíquicos, inter­nos, e do mundo exterior em função do Homem como ser racio­nal; é, sem dúvida, a mais antiga "reflexão humana" que conhe­cemos.

Os elementos que a mitologia de Suméria utiliza são ter­renos e familiais; o mito, sob plano cosmológico, quer, apenas, pôr em evidência os caracteres que formaram a base da socie­dade sumeriana. Procura explicar a diversidade entre o estável e o instável, entre o que é duradouro .ao lado do que é fugaz ou efémero, entre o que é seco (os desertos) e o que é húmido (as terras férteis e os grande terrenos paludosos, vestígios, ainda, do dilúvio, paisagem intimamente ligada às concepções do povo), entre a terra firme e os grandes rios selvagens que correm eter­namente; depois vem o mar, último, talvez, em ordem crono­lógica, mas o primeiro elemento de espanto para o povo sume­riano, o mar, figura misteriosa e temível; ele representa a eterna luta entre a água (doce ou salgada) e a terra firme. Por essa razão, como não poderia deixar de ser, os mitos da Suméria preo­cupavam-se com os vegetais, ao passo que ignoram a descoberta e o uso dos metais.

O panteão sumeriano é, portanto, o reflexo das famílias orga­nizadas em grupo social. Era imenso; é verdade que a maioria representava pequenos deuses locais que foram, ou assimilados ou esquecidos; os grandes deuses, porém, eram adorados em todas as cidades, ou em quase todas; muitos chegaram até a figurar no panteão babilónio. As grandes cidades da Suméria eram independentes, não havia governo central que as unificasse, mas cada uma tinha o seu rei e os seus deuses próprios; estes, em outra cidade, eram os mesmos, mas às vezes com nome di­verso ou com atributos diferentes.

Segundo a concepção comum a todos os mesopotâmios, os deuses haviam criado os homens para o seu serviço; além de construir templos e oferecer sacrifícios, o homem deveria respei­tar as leis, das quais as divindades eram as protectoras e as guardiãs; os deuses, por seu turno, nada deviam ao homem; com a criação haviam esgotado o elemento providencial; não eram obrigados a recompensar o bem; tudo que acontecesse de catastrófico, de mau, ou simplesmente de desagradável, era sinal de que os deuses não estavam satisfeitos com o homem. Usavam os deuses dos demônios para atormentar os homens; contavam-se por legiões: "fantasmas", "homens da noite", "os arrebatadores", "os devoradores de crianças" etc. Não se sabe precisamente qual o papel representado pelos "génios bons". Os mesopotâmios, em geral, viviam em perpétuo temor; não conheceram aquela doçura e optimismo que a civilização egípcia cultivou com tanto empenho; e depois da morte, nenhuma esperança lhes sorria. A sua ideia sobre a morte confirma o aspecto severo e terrível da concepção religiosa que aceitavam. Morto o homem, restava-lhe, apenas, uma espécie de espectro, um espírito muito vago, que teria de partir para regiões misteriosas, onde viveria uma vida diminuída, numa eterna penumbra. "Quando os deuses criaram a Humanidade, aos homens atribuíram a morte, mas a vida guar­daram para eles mesmos." Que resta, então, ao homem senão desejar a vida mais longa possível? Uma idade avançada era particular favor dos deuses.

O PANTEÃO SUMERIANO

O panteão sumeriano é encabeçado por An, o deus-céu, Enlil, o Senhor-Vento, e uma deusa, Nin-ur-sag, "A Senhora da Montanha", conhecida, também, sob outros nomes.

Enlil passou para o culto da Babilônia; seu nome semita é Bel, que significa "se­nhor". Seu domínio era a terra; em Sumer, o principal local de culto de Enlil era Nipur, grande e antiga cidade; já na época arcaica, os reis de Lagash (outra importante cidade de Sumer) o chamavam de "rei dos deuses"; tinha os epítetos de "Sábio" e "Ajuizado".

Enqui, talvez o Senhor-da-Terra, aparece às vezes como filho de Enlil; tinha o domínio das águas, exceto do mar (as águas doces eram chamadas, no seu conjunto, apsu).

Nin-tu, Nin-mah ou Aruru eram outros nomes para Nin-ur-sag. Namu era a deusa do mar (pelo menos seu nome se escrevia com o ideograma utilizado para designar "o mar"); Nintura, Utu e Eresquigal completavam o quadro dos "Grandes deuses", cha­mados Anunáqui. Os mitos relatam o nome de Ninsiquila, filha de Enqui.

O MITO DA "ARVORE CÓSMICA".

O mito da "árvore" que unia a terra ao céu é, sem dúvida, um dos mais antigos; parece, porém, que desapareceu muito cedo da mitologia sumeriana. A árvore gish-gana do apsu ("O Abismo Primordial") erguia-se acima de todos os países; é o símbolo do mastro ou viga que une as duas regiões visíveis: Céu-Terra. Se o templo era o símbolo da árvore cósmica, à porta desse erguia-se outro símbolo, uma estaca ou um mastro "que tocava o céu". O rei de Isin, Ishme-Dágan, chamará o templo de Lagash "O Grande Mastro do País de Sumer". A expressão e o símbolo desaparecerão com o correr dos séculos, mas perdu­rará a concepção mitológica de um local sagrado, algures, em Sumer, que seria o ponto de união entre o Céu (região dos deu­ses) e a Terra (região dos homens). Em Nipur a cidade santa de Sumer, onde reside Enlil, a grande torre de degraus se cha­mava Dur-an-qui, "Laço Que Une o Céu à Terra", isto é, o lugar que faz comunicar a Terra com o Céu. Na Bíblia nós temos um evidente reflexo dessa concepção; é o trecho onde Jacó sonha com uma escada que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu e os anjos de Deus subiam e desciam pela escada (Gên., XXVIII, 10-22).

NASCIMENTO DO MAR, TERRA E CÉU

A deusa Namu é chamada  “A mãe que deu nascimento ao Céu e à Terra"; aliás, ela é designada freqüentes vezes como a "Mãe de todos os deuses" e mais especificamente "A mãe de Enqui", o deus responsável pelo mundo no qual vivem os homens. A criação do cosmos se fez por emanações sucessivas; do Mar primordial nasceram a Terra e os Céus. Os dois elementos, Terra e Céu, "os gêmeos", no início ainda estavam unidos e se interpenetravam. Enlil os separou, talvez com um sopro, já que seu nome significa "Senhor Vento".

Há um poema sumeriano que relata como a Enxada (ou Enxadão) foi criada; nesse texto se alude à sucessiva criação do mundo:

O senhor Enlil decidiu produzir o que era útil,/ O senhor, cujas decisões são imutáveis,/ Enlil, que fez germinar da terra a semente do país,/ Imaginou separar o Céu da Terra,/ Imaginou separar a Terra do Céu..."

Outro poema vê nessa separação inicial dos elementos a obra de duas divindades, An e Enlil:

"Quando o Céu foi sepa­rado da Terra,/ Quando a Terra foi separada do Céu,/ Quando o nome do Homem foi determinado,/ Quando An arrancou o Céu,/ Quando Enlil arrancou a Terra..."

Há outra tradição que atribui a separação dos elementos primordiais a uma divindade ou Demiurgo.

O PARAÍSO

Um longo texto sumeriano, conhecido sob o nome de Mito do Paraíso ou Mito de Dilmum, refere o início dos tempos, quando o deus Enqui e sua esposa, "A Virgem Pura", viviam sozinhos num mundo virgem e cheio de delícias, que se situava em Dil­mum, região mítica.

Nada existia além do par divino; em Dilmum nascerá não só a água doce e o Sol, mas também a vida. Esse mito parece ter afinidade com o Paraíso bíblico onde o primeiro casal, Adão e Eva, também vivia no meio de delí­cias, antes da desobediência.

O CASAMENTO DIVINO

Enqui, no Paraíso, depois que a água doce tornou férteis as terras, fecundou "A Virgem", que assumiu, então, o nome de "Senhora do País". Essa deusa era Nintu; logo que ficou grá­vida e o parto se aproximou, tomou o nome de Nin-hur-sag. O primeiro filho do casal divino era uma deusa, Ninmu; Enlil une­-se à Ninmu e gera outra filha, a deusa Nin-curra, da qual teráem seguida outra filha, Utu; e as uniões entre o deus-pai e as filhas prosseguiriam se Nin-hur-sag não aconselhasse a Utu re­cusar as solicitações do pai, a não ser que dele recebesse, antes, os presentes nupciais, pepinos, maçãs e uvas. Enqui consegue os pepinos, as maçãs e as uvas e Utu deve entregar-se aos ardo­res amorosos do deus; mas o acto não se consuma. Nin-hur-sag utiliza o sêmen de Enqui para criar oito plantas diferentes que o deus vê crescer nos pântanos, sem saber o que significam e para que servem. Contudo, come-as. Nin-hur-sag, então, amal­diçoa Enqui e desaparece. A desaparição de Nin-hur-sag cons­terna os grandes deuses, os Anunáqui, que não sabem como pro­ceder. Apresenta-se, nessa conjuntura, a Raposa, que se oferece para ir buscar Nin-hur-sag, se a recompensa for compensadora. Enlil promete dar-lhe como paga árvores frutíferas e grande glória: todos se referirão à Raposa com grandes elogios. Há muitas lacunas nesse texto mítico; não sabemos, portanto, qual o meio que a Raposa usou para reconduzir a deusa. Sabemos, porém, que Enqui, moribundo. tinha ao seu lado a solícita Nin. -hur-sag. O deus indica oito partes do seu corpo; a deusa confessa que, para curá-lo, deu à luz algumas divindades. Enqui determina a sorte dessas divindades; a última delas, En-shag, será o protetor da cidade mítica de Dilmum.

O DILÚVIO

A tradição do dilúvio, comum a muitos povos, também o é à civilização sumeriana. Essa narrativa, em forma de epopeia, chegou até nós muito mutilada; mas o mito, na sua essência, é o seguinte:

Por razões desconhecidas, pois falta essa parte do poema, a Assembléia dos deuses delibera destruir a Humanidade por meio de um dilúvio. Mas o rei de Shurupac, Zi-u-sudra, foi escolhido para servir de pai às futuras gerações de homens; um deus, então, o adverte da decisão da Assembléia divina. Zi-u-sudra constrói a arca na qual conservará "o sémen da Humanidade"; fecha-se na arca e começa a chover; a chuva dura sete dias e sete noites; morreram todos os homens, menos o rei Zi-u-sudra, que, após o dilúvio, começa a participar da vida divina; dão-lhe como residência a cidade de Dilmum.

A CRIAÇÃO DO HOMEM

Os deuses criaram os Homens, já afirmamos, para que eles fizessem o trabalho e desempenhassem as funções que, de outra maneira, teriam de ser executadas pelas próprias divindades. A criação do homem, destarte, é algo de necessário. Encontramos, aqui, outra notável semelhança com o relato bíblico, onde o tra­balho é uma maldição: "Comerás teu pão com o suor do teu rosto".

Para os sumerianos, os deuses não trabalhavam: os ho­mens trabalhavam por eles; esse dolce far niente fazia com que gozassem plenamente a vida divina, sem trabalhos, o que os distinguia dos humanos.

Diz o mito que os grandes deuses Anunáqui sentiam fome e não podiam comer, sentiam sede e não podiam beber, pois o Homem ainda não fora criado. O deus An criara os Anunáqui "sobre a montanha do Céu e da Terra", mas nenhum desses era capaz de prover, já não se diz a subsistência de todos, mas a sua mesma. Ashnam (a deusa do Grão) ainda não fora criada, Utu (deusa da Tecelagem) tampouco fora formada, assim como Lahar, o deus do gado. Eles não tinham, ainda, nome. Isto é o que se chama "Doutrina do nome", comum também em Babi­lônia. Resume-se no seguinte princípio fundamental: a coisa só existe quando tiver nome; essa "Doutrina" parece ser também da Bíblia: Quando Deus criou os animais fez que viessem diante de Adão para que este lhes impusesse, um nome (Gên., lI, 19). Criaram, então, os deuses, Ashnam e Lahar: o grão e o gado crescerão juntos, mas os deuses permanecem insatisfeitos, pois não há quem cuide do gado e recolha o grão. Então o Homem recebe o sopro vital. Concluiu-se o Cosmos. A obra da Criação está completa. Deduz-se desse mito, que a única função do Homem é trabalhar para os deuses.

Fonte:”Dicionario de mitologia”, de Tassilo Orpheu Spalding

MITOLOGIA CELTICA

De modo geral, o termo celta aplica-se aos povos que viveram na Grã-Bretanha e na Europa Ocidental entre 2000 a.C. e 400 d.C.. Eram civilizações da Idade do Ferro, habitantes sobretudo de pequenas aldeias lideradas por chefes guerreiros. Os celtas da Europa continental não deixaram registo escrito, mas conhecemos seus deuses através dos conquistadores romanos, que estabeleceram elos entre muitas dessas divindades e seus próprios deuses. Por exemplo, o deus do trovão Taranis era o equivalente do Júpiter romano, e várias outras divindades locais eram equiparadas a Marte, Mercúrio e Apolo. Os povos do País de Gales e da Irlanda também deixaram uma mitologia muito rica e muitas de suas lendas foram escritas durante a Idade Média.
A mitologia celta pode ser dividida em três subgrupos principais de crenças relacionadas.
  • Goidélica - irlandesa e escocesa
  • Britânica Insular - galesa e da Cornuália
  • Britânica Continental - Europa continental.
É importante manter em mente que a cultura celta (e suas religiões) não são tão contíguas ou homogêneas quanto foram a cultura romana ougrega por exemplo. Nossos conhecimentos atuais determinam que cada tribo ao longo da vasta área de influência céltica tinha suas próprias divindades. Dos mais de trezentos deuses celtas, poucos efetivamente eram adorados em comum.

Análise dos mitos
Os mitos existem em todos os povos. Eles não são apenas uma tentativa de explicar o início de tudo, mas também significam um retorno a um estado original, perfeito. Os povos antigos tinham vários rituais, nos quais se utilizavam dos mitos para a renovação do universo. Mesmo hoje, sem perceber, realizamos esses rituais: as festas de fim de ano.
O ano é o período em que todos os ciclos naturais e cósmicos se repetem e sua celebração seria uma forma de "chamar" um recomeço perfeito.

Um fato interessante que está presente nos mitos é que eles se referem a origem do universo como na verdade a origem do planeta Terra e no máximo a Lua, o Sol e as estrelas. Outros planetas e galáxias não são mencionados. O que é bem razoável, já que o universo das pessoas dessas épocas se limitava ao mundo que os cercavam e falar em outros planetas era algo inimaginável.

Outro fato interessante em todos os mitos são os pontos em comum entre eles. Há de se esperar semelhança entre povos como os egípcios, gregos e romanos que se desenvolveram muito próximos um do outro. O intrigante é a semelhança entre as crenças de índios da América do Sul e no Gênesis, por exemplo. Em ambos há um Deus onipotente que cria o mundo de acordo com suas vontades, o homem é feito de barro e outras características comuns. Esses povos não tiveram nenhum contato e mesmo assim formularam teses muito parecidas, o que é difícil de acreditar que seja mera coincidência

O psicólogo Carl Jung propôs uma explicação para essas semelhanças. Ele supôs que o inconsciente de cada pessoa possui dois tipos de memória: por um lado, lembranças pessoais da própria vida e, por outro lado, lembranças impessoais, uma espécie de memória da raça humana, herdada por cada pessoa ao nascer.

Esses dois tipos de inconsciente, poderiam se manifestar na concepção dos sonhos. Alguns sonhos têm caráter pessoal e podem ser explicados por lembranças de acontecimentos recentes da pessoa. Outros sonhos, porém, apresentam imagens estranhas as pessoas, impessoais que a própria pessoa não consegue associar com nada. Esses sonhos viriam de um inconsciente coletivo, uma espécie de depósito de símbolos e memórias da raça humana.

Isso poderia explicar as "coincidências", mais é apenas uma teoria. Acreditando ou não nela, o fato é que os mitos não são criações arbitrárias da imaginação humana, senão não haveria tantas semelhanças entre histórias de povos tão diferentes.


 Filosofia
"Quem realmente sabe, quem poderia dizer de onde provém esta criação? Os deuses são posteriores à sua produção. Quem sabe, então, de onde ela surgiu? De onde brotou esta criação, se ela foi feita ou não o foi, ele que a observa do mais alto dos céus, ele realmente o sabe, ou talvez nem ele o saiba." Nasadasiyasukta – Escrito filosófico do Rig Veda Hindu.

A filosofia surge quando a tradição religiosa e a mitológica são colocadas em dúvida. Aqui analisaremos algumas teorias cosmogônicas da filosofia grega. Entre os séculos IX e VI antes da era cristã, o mundo grego passou por uma profunda transformação, ocorreu uma ampla transformação política, social, religiosa e cultural. Em meio a tantas mudanças e processos, ocorreu também o despertar da filosofia como algo novo, independente, que procura fundamentar-se no pensamento, na razão.



 O pensamento de Anaximandro

Anaximandro foi um filósofo pré-socrático da cidade de Mileto. É pouco posterior a Tales de Mileto e pode ter sido se pupilo.


Anaximandro acreditava que o princípio de tudo era o "indefinido" ( aperion, em grego ), que não era nem a água nem o ar ou qualquer coisa conhecida. Tudo surgiria dessa substancia e retornaria para ela ao ser destruída.


O pensamento de Anaximandro mostra um passo adiante na abstração do raciocínio na época. Ao contrário dos outros filósofos que imaginavam que uma substância conhecida pudesse se transformar em todas as outras, Anaximandro imaginou algo desconhecido, impossível de ser observado, que pudesse servir de origem para todas as outras. A partir do aperion, que não é quente nem frio, surgiram o calor e o frio; a partir do aperion que não é nem duro nem mole, surgiram as substâncias duras e moles.


A justificativa pode ter sido a seguinte: para cada tipo de coisa que existe, pode-se pensar em outra coisa diametralmente oposta, com as propriedades contrárias.. Por exemplo: o fogo é totalmente oposto à água e é difícil imaginar que um pudesse sair do outro. Assim a matéria primordial ,se é que ela existe, não deve ser nem água, nem fogo, nem qualquer coisa definida, que possua característica própria, mas algo indefinido, de onde possa sair os opostos.


O aperion seria indestrutível e imortal. Ele não deixa de existir quando alguma coisa surge a partir dele, mas ele passa a fazer parte dessa coisa. Essa idéia elimina a possibilidade de um início absoluto para tudo. Como tudo surgiu do aperion, e o aperion sempre existiu, então o universo sempre existiu.


O pensamento de Anaxímenes
Outro filósofo pré-socrático importante da cidade de Mileto foi Anaxímenes. Para ele o princípio material de todas as coisas foi o ar. O ar mais rarefeito formaria o fogo e quanto mais denso fosse o ar, outras substâncias se formariam, como: nuvens, água e rochas. O calor e o frio não seriam poderes próprios, mas sim determinados pelo estado do ar. O ar rarefeito seria quente, enquanto o ar denso, frio. O ar não teria sido produzido por nenhum Deus, mas todos os Deuses viriam dele, isto é, seria a origem até mesmo dos Deuses.


Anaxímenes teria tirado essas idéias da observação daquilo que chamamos de "mudanças de estado": o fogo parece um ar muito quente ( rarefeito ); e, como o vapor de água é transparente, as nuvens parecem ter se originado do próprio ar.


Outra fonte de justificativa seria a observação da importância do ar para os seres vivos. Um animal que fica privado de ar, morre. Portanto o ar é fonte indispensável para a vida. Para Anaxímenes a alma seria um tipo de ar interno.


Assim tudo que conhecemos seria apenas uma questão do estado do ar.



O pensamento de Empédocles

Empédocles viveu no século V antes da era Cristã. Ele é considerado o primeiro filósofo grego a apresentar a concepção dos quatro elementos materiais ( terra, água, fogo e ar ) como formadores de tudo que existe no universo. Esses elementos seriam regidos pelas forças do amor e do ódio.
Segundo Empédocles o universo funcionaria em ciclos de formação e destruição. Ele descreve um tipo de turbilhão no qual os elementos iriam se misturando e se unindo regidos pela força do amor, até que se eliminassem todas as separações. A partir da união, porém, surgiria a separação quando a força do ódio fosse mais forte. Inicialmente se separaria o ar, a partir da mistura que estaria girando. Em seguida o fogo, que se afastaria do centro; depois a terra, que ficaria no centro.
O Sol não seria formado de fogo, mas refletiria para a terra a luz do fogo celestial. A Lua seria descrita por Empédocles apenas como refletora dos raios do Sol. No fim, a águas seria extraída da terra seja pelo poder de rotação do turbilhão ou pelo aquecimento produzido pelo Sol.



O pensamento dos atomistas

Outra importante linha de pensamento foi a atomista. Leucipo e Demócrito, seus primeiros pensadores imaginam partículas com nome de átomos que seriam eternas, indestrutíveis, teriam várias formas e formariam todas as coisas. Existiriam muitos tipos de átomos que se uniriam para formar tudo o que conhecemos. Essas partículas seriam muito pequenas e se são indestrutíveis, logo seriam indivisíveis ( a palavra átomo significa indivisível em grego ). Estes átomos não precisariam ser criados, constituiriam um universo infinito cheio de mundos, sóis e luas. Haveria mundos muito diferentes do nosso, com várias luas, mas também mundos sem lua e até sem sol. Epicuro continua com este pensamento.


Este filósofo é descrito por Lucrécio alguns anos depois. Epicuro têm idéias novas e transformadoras. Apresenta argumentos um pouco mais convincentes e racionais para suas idéias. Ele descreve um universo infinito e eterno. Em uma citação nos mostra argumentos contra a geração espontânea. "Em primeiro lugar nada nasce do nada; se isso fosse possível qualquer coisa nasceria de qualquer coisa, sem nenhuma necessidade de sementes geradoras. E, se aquilo que termina, se acabasse no nada, tudo já teria sido destruído, pois não existiria aquilo em que tudo se dissolve." O argumento é válido. Nós não observamos pássaros eclodindo no ar, nem jardins desaparecendo de repente. Se isto acontecesse tudo já teria acabado pois em um tempo infinito ( como imagina filósofo ) já teria dado tempo de tudo desaparecer. Epicuro surge com a idéia de que existe espaços vazios, pois se tudo fosse matéria e não existisse um vácuo as coisas não poderiam se mover. Este vácuo não pode ser visto porque é um vazio, ele não pode ser sentido como a matéria.


O pensamento atomista traz uma grande mudança no modo de pensar. Epícuro não acredita em deuses, diz que os astros que são à eles associados são apenas planetas, diz que existem "átomos de alma", pois se esta influi no corpo material, ela só poderia ser material. Não existiria o pós-morte, neste momento a alma se dissolveria e pronto, tudo estaria acabado. O grande objetivo deste pensamento era tirar a idéia de Mitos.


Os mitos colocavam medo nas pessoas, estas deveriam procurar o saber para perder o medo. Não se precisava conhecer a causa do fenômeno, apenas ter a consciência de que era algo natural, não a punição de um Deus. Seria necessário não sentir medo para engrandecer o conhecimento.



Análise do pensamento filosófico



Por muitos séculos as explicações para a origem do universo eram apenas de fundo teológico e mitológico. A mente humana, não mais se satisfazendo com deuses onipotentes criadores de tudo passou a racionalmente procurar alternativas para a origem de tudo.


Os mais famosos filósofos foram os gregos. Fato que não é de todo estranho. A Mitologia grega era altamente intelectualizada, como já foi dito anteriormente, e continha muitos elementos filosóficos.
Mesmo explorando a racionalidade, nem todos os filósofos descartavam a existência de deuses. Eles apenas não aceitavam que o universo surgia de um único ser. Para muitos filósofos era aceitável a existência de deuses desde de que eles viessem de algum lugar, do mesmo lugar que vinha todas as outras coisas do universo. Como exemplo temos a teoria de Anaxímenes, na qual o estado do ar seria a fonte de tudo, inclusive dos deuses.


Também existiam filósofos com Epícuro, que não acreditava em deuses. Sua teoria atomistica demonstra bem isso.


Uma característica marcante entre os filósofos é que suas teorias não eram baseadas em nada palpável. Suas teses tentavam explicar o mundo em sua volta sem comprovação científica. Daí surgiam as mais variadas teorias. E embora hoje elas pareçam absurdas, para o conhecimento que se tinha na época eram possibilidades bem razoáveis.


Devemos ainda lembrar que nem tudo que os filósofos afirmavam foi descartável. Basta lembrar da teoria atomística, que apesar de não representar a realidade, menciona a primeira idéia de um elemento que hoje está em nos estudos científicos: o átomo.



Ciência

"Ele quer explorar o Universo,
tanto no espaço quanto no tempo,
porque ele próprio faz parte
do Universo, e o Universo faz parte
do Homem."
James Jeans – Astrônomo


Com uma metodologia bem diferente das utilizadas nas teorias cosmogônicas mitológicas, religiosas e filosóficas, a Ciência das Idades Moderna e Contemporânea tenta explicar a origem do universo com base em Cálculos e Leis da Natureza já consagradas. De Descartes a Hoyle, muitas perguntas foram respondidas de forma satisfatória até mesmo para os mais céticos; mas, ainda mais numerosas que as perguntas já respondidas, são as dúvidas geradas a partir delas.

 A Origem do Universo por Descartes

Um dos primeiros pensadores da primeira metade do Século XVII foi o francês René Descartes (1596-1650). Descartes procurou se afastar da tradição bíblica e impor um pouco de Ciência ao pensamento da época. No entanto, talvez pela grande pressão da Inquisição (bastando lembrar os recentes acontecimentos com Copérnico e Galileu), a proposta de Descartes não foi um ataque aberto à religião.
Nos livros Discurso do Método e, principalmente, Princípios da Filosofia, Descartes imaginou o "preâmbulo" do universo como um espaço totalmente preenchido por uma matéria homogênea: igual em todos os lugares. Não existia luz, nem estrelas, nem planetas, nem nada do que é visível hoje. Essa matéria inicial seria sólida - como um imenso bloco de cristal. Deus, no entanto, teria dado dois movimentos iniciais a esta matéria, quebrando-a em pequenos blocos: um movimento interno, de rotação de cada pedaço em torno de si próprio, que faria com que a matéria inicialmente sólida fosse se fragmentando em pedaços cada vez menores, produzindo uma espécie de "pó" que preencheria todos os espaços entre as partículas maiores; e um movimento de rotação de diferentes grupos de partículas em torno de um centro comum. As partículas iniciais não tinham nenhuma forma arredondada, do contrário não poderiam preencher todo o espaço. Mas, pela rotação, em contato com outras partículas, iriam perdendo as pontas e se tornando arredondadas.


Descartes segue sua proposta descrevendo a origem das galáxias e do Sistema Solar, ele o faz de forma bem detalhada, inclusive, mas o que é importante para o objetivo deste trabalho é saber que Descartes imagina que a matéria primordial foi agitada por Deus, de modo desordenado, em todas as direções. Esse movimento inicial teria produzido movimentos circulares: imensos turbilhões e redemoinhos distribuídos pelo espaço.


Numa descrição mais detalhada, mas inconveniente para o momento, perceberíamos que a teoria de Descartes é bastante complexa e pormenorizada, se tornando uma teoria rica e moderna para a época, procurando explicar um grande número de aspectos do universo que haviam sido descobertos pouco antes.
Percebe-se também que Descartes foi um dos primeiros a destacar a Cosmogênese da Antropogênese e é importante ressaltar que, por Descartes, a participação de Deus se resumiria apenas ao começo, criando e dando movimento à matéria inicial, e, a partir daí, tudo ocorreria sem intervenção divina, apenas como conseqüência das leis naturais. É portanto, em última análise, uma teoria semi-materialista da origem do universo e assim foi considerada em sua época.

A crítica de Newton e a teoria de Kant

No final do século XVII, Newton apontou um grave defeito na teoria de Descartes: apesar de todas as suas virtudes e louvável interesse, ela não era uma teoria de base matemática, e toda a física estava, nesse momento, passando por uma reformulação que exigia que as teorias permitissem fazer cálculos e previsões quantitativas. Embora Descartes fosse um importante matemático, sua física era qualitativa, e isso deixou muitos pontos fracos em seu modelo.


Na obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, de 1687 (43 anos depois da publicação da teoria de Descartes), Newton ataca cuidadosamente e de modo arrasador, através de demonstrações matemáticas extremamente complexas, mesmo para um cientista atual, diversos pontos fundamentais da teoria de Descartes. Segundo Newton, o universo gerado como descrito por Descartes nunca chegaria ao seu estado atual. Mas Newton não chega a declarar uma teoria própria de cosmogênese.


Após a crítica de Newton, a teoria de Descartes vai gradualmente perdendo a aceitação que tinha. No entanto, durante muito tempo, não surge uma alternativa. E a questão da origem do universo regride sob um ponto de vista científico e volta a ser um problema puramente religioso. Houve algumas tentativas isoladas de explicação sobre a origem do sistema solar (como a de Georges Louis Leclerc (1707-1788)), das estrelas e dos cometas, mas nenhuma sobre a totalidade do universo.


Mas, em 1755, o importante filósofo Immanuel Kant, na obra História geral da natureza e teoria do céu, ou ensaio sobre a constituição e a origem mecânica do universo em sua totalidade, de acordo com os princípios de Newton, apresenta sua teoria cosmogônica.


Kant concebe que Deus criou inicialmente um espaço infinito, todo ele cheio de matéria, pois o poder infinito de Deus ficaria sem uso se ele criasse um universo finito. Essa matéria inicial é um caos, uma mistura de todos os tipos de matéria, sem nenhuma ordem, estrutura ou organização. No início, a matéria está parada, mas tem dentro dela as sementes da organização, pois conta com forças, dadas por Deus, que vão estruturar tudo através da atração gravitacional, até o limite estabelecido por Deus.


Kant segue seu relato de forma a obedecer todas as leis Newtonianas, mas toda vez que esbarra em um obstáculo, ele recorre à "Força Divina", de forma que podemos dizer que a teoria de Kant é "teo-científica".



 Einstein, Lemaître e Eddington


Parece incrível que, de Kant ao início do século XX, não houve grandes avanços nas teorias cosmogônicas, mas foi isto o que aconteceu. Neste intervalo, o Homem ficou preocupado em entender como o universo funciona, sua dinâmica e propriedades, mas não em explicar sua origem.


Até que Albert Einstein (1879-1955) supôs que o universo era, originalmente, uma enorme quantidade de matéria, pulverizada e homogênea como um gás. Essa matéria passou a se agrupar em função da atração gravitacional, e só não estamos reduzidos a um "ovo cósmico" por causa de uma força de repulsão gravitacional que chamou de "constante cosmológica", que anularia a atração gravitacional em alguns momentos.


Mas a "constante cosmológica" imaginada por Einstein não foi bem-recebida, pois Einstein não conseguiu provar sua existência e sequer explicou coerentemente seu funcionamento aleatório. Pode-se dizer que esta "constante cosmológica" era mais um apanhado de equações matemáticas (e era perfeita nesse aspecto) do que uma realidade física concreta.


Em 1925, dados astronômicos recém obtidos foram conectados à teoria de Einstein por Georges Lemaître, que reafirmou a condição inicial do universo descrita por Einstein, mas creditou a não-contração infinita do universo à existência de zonas de baixa pressão na massa gasosa inicial, criadas no processo de atração gravitacional entre as partículas. Nas demonstrações matemáticas de Lemaître podemos observar, inclusive a teoria da expansão do universo, aceita pela comunidade científica até hoje. E é importante ressaltar que Lemaître introduz o conceito do "passado infinito", ou seja, o momento em que começa a ocorrer a atração gravitacional entre as partículas está tão distante no passado quanto se queira, algo como a infinidade de números inteiros negativos (é sempre possível haver um inteiro menor que qualquer outro inteiro dado).


Um importante pesquisador de nome Arthur Eddington endossou o modelo criado por Lemaître. A escolha de Eddington dentre tantas outras pequenas variantes do conceito de universo em expansão não foi baseada em cálculos nem em observações, mas em um aspecto puramente filosófico: ele elimina o problema do "início do início" ao assumir um passado infinito. Em uma conferência de 1931, Eddington comenta: "Filosoficamente, a noção de um início da ordem atual da natureza me parece repugnante.", e, em uma obra publicada posteriormente, afirma: "As opiniões relativas ao princípio das coisas caem quase fora do argumento científico.".


Lemaître, homem religioso, não apreciou os comentários de Eddington, pois ele sugeria que esse modelo tornava desnecessária a existência de Deus. Como conseqüência disso, Lemaître reformulou total e bruscamente suas idéias.


Em sua nova teoria, ele rejeita totalmente o modelo de Einstein e propõe, ao contrário, que o universo teve um início brusco e em um momento determinado. À medida que fôssemos caminhando para o passado, encontraríamos um universo cada vez mais concentrado, tanto quanto à energia quanto à matéria. Ele supõe que no início, o universo pode ter estado sob a forma de poucas ou de até mesmo uma única partícula, completamente diferente das conhecidas, e que essa partícula foi se dividindo, fragmentando e criando um universo em expansão. Como essa teoria era diferente de qualquer coisa ouvida até então (apenas sob um ponto de vista matemático, pois o conceito filosófico do "ovo cósmico" já havia sido visto e revisto várias vezes), abre-se nessa teoria a possibilidade de introduzir a necessidade de Deus para criar o átomo primitivo do qual surgiu tudo.


Esta teoria de Lemaître não é mais aceita hoje por causa de algumas formalidades matemáticas que originam problemas quanto à velocidade de expansão do universo. Como exemplo: por tal teoria a origem do universo teria ocorrido a menos de 1,8 bilhão de anos, e, já na época de Lemaître, estimava-se a idade da Terra como sendo de 2 bilhões de anos.

O Big-Bang e o modelo do universo estacionário

Fora alguns detalhes físico-químicos, a conhecida teoria do Big-Bang, formulada em 1947 por George Gamow, é muito parecida com a última teoria de Lemaître. Gamow supôs o instante inicial do universo como sendo uma quantidade enorme de material, de densidade e temperatura infinitas, que, sem uma explicação racional bem-definida, entrou em colapso e expandiu-se, perdendo temperatura e densidade, até chegar no que estamos hoje.


Apesar de ser a teoria do Big-Bang a mais aceita até hoje, devido a grande quantidade de formalismos físicos que podem ser comprovados experimentalmente, houve uma teoria posterior a do Big-Bang que é muito mais interessante aos nossos propósitos: o Modelo do Universo Estacionário.


O Modelo do Universo Estacionário foi elaborado em 1948 por Hermann Bondi, Thomas Gold e Fred Hoyle. Ele supõe que o universo nunca foi e nunca será diferente do que é agora: nunca houve um estado passado de concentração e explosão nem haverá um estado futuro de dispersão e morte do universo.


Para explicar o afastamento das galáxias, mas a não diminuição da densidade do universo, este modelo diz que o número de galáxias do universo não é constante. À medida que as galáxias se afastam umas das outras, ocorre a criação de matéria no espaço entre elas. Essa criação é muito lenta, mas contínua, e vai, aos poucos, acumulando uma massa de gás no espaço. Depois que esse gás aumenta, ocorre a formação de novas estrelas, e assim por diante.


Podemos perceber nessa teoria que, apesar de todo o cientificismo latente, apenas houve uma mudança no papel de Deus, e não sua descrença. Observe-se que, se no Big-Bang é inexplicável o colapso inicial e a origem da matéria primordial, no Universo Estacionário não se explica a suposta criação de matéria.



Comparações e Conclusão

É impressionante como a essência filosófica foi em pouca coisa modificada na evolução da cosmogonia.


Vejamos por exemplo o conceito do ovo cósmico. Se, cientificamente, Descartes foi o primeiro a utilizar a imagem de um universo inicial como uma matéria densa e compacta de onde se originariam todas as coisas, mitologicamente isto já teria sido visto e revisto pelas mitologias indiana e grega, apresentadas nessa obra, além da chinesa, celta e algumas outras.


Temos também o caso da "sopa inicial de elementos", utilizada primeiramente na cultura judaico-cristã e indígena, na imagem da água, que foi retomada pela corrente filosófica de Anaxímenes e, posteriormente, em todas as teorias científicas que pregam que o universo está em contração, tendo sido menos denso no seu início do que agora.


Por falar em Anaxímenes, é impressionante sua semelhança com Kant. Ambos usam de forma bastante semelhante a imagem da formação da matéria como um agrupamento de elementos do "ar inicial", quanto maior for a intensidade, a compressão deste "ar", maior seria a densidade da matéria obtida.


Por fim, o maior de todos os mistérios: como é que, desde a mais antiga civilização mesopotâmica até a ultra-moderna teoria do Big-Bang, nunca conseguimos esquecer de todo a imagem de um Ser superior?


Seja esse Ser o responsável pela criação da matéria, ou pelo impulso inicial, necessário para que haja a primeira movimentação, nunca conseguimos explicar de forma totalmente racional a nossa origem.


Talvez, o que possamos concluir é que a as teorias vão simplesmente sendo aperfeiçoadas, introduzem-se equações matemáticas, leis químicas e físicas, mas a essência ainda é a mesma. E a ciência terá sempre que se resignar e aceitar a existência de um deus, a imagem mais emotiva já criada pela mente humana, para elucidar o que a razão não consegue explicar."


 BIBLIOGRAFIA



FARIA, Emerson Luís de. Mitos Cosmogônicos. 
KARL, Kerényi. Os Deuses Gregos. São Paulo: Cultrix, 1995.
MARANHÃO, Fred. As Origens. 
MARTINS, Roberto de Andrade. O Universo. Teorias sobre sua origem e evolução. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 1994.
PEREIRA, Rodrigo. Hinduísmo bramânico. 
SILVA, Fernando Corrêa da. Anaximandro. 

Um Pouco Sobre Minha História de

Um Pouco Sobre Minha História de

Vida

Nascida de família simples do interior da Bahia, em 03 de outubro de 1955, dia da eleição para Presidente da Republica, Juscelino Kubitschek, justamente, no momento em que minha mãe estava à caminho do posto eleitoral, sentiu a dor do porto e por isso não pode votar. Sendo a primogenita dos seis filhos da minha mãe e a quinta do meu pai, sempre sonhava acordada desde a infância. E, a partir desses sonhos juvenis é que as coisas foram acontecendo. Aos 12 anos de idade, dormia escutando um radinho de pilhas buscando a frequência de Londres para aprender inglês dormindo, pois a curiosidade de como vivam as pessoas em outros países era imensa. Aprendi inglês com o método "natural approach". Não frequentei cursinhos de inglês e por digitar muito, melhor dizer "datilografar" a gramática inglesa, aumentei a facilidade na escrita. Morei na Califórnia por 5 anos, e assim ampliei meus conhecimentos da língua inglesa e posteriormente é que cursei Letras Vernáculas, óbvio que com Inglês. A minha primeira viagem foi à Africa, precisamente em Lagos-Nigéria, onde permaneci longos meses, longos, porque foi numa época de guerrilhas (estado de sítio) destruição de correios, morte de Charles Chaplin, a qual que ocorreu justamente numa data inesquecível, no dia de Natal, quando me encontrava, numa casa de mulçumanos. Além de todos estes acontecimentos, não poderia deixar de mencionar também o show de Bob Marley, quando apresentava seu novo disco (vinil) "Kaya" para seus "irmãos de cor". Havia precariedade de linhas telefônicas, e o meu contato com a familia, praticamente não existia, sendo motivo de muita preocupação para meus pais. Além destes acontecimentos, o "FESTAC 77" (Festival da cultura negra internacional) tomou conta do continente africano, onde todas as nações negras do mundo se reuniram como uma espécie de "proclame" pela conquista de suas independencias.
Realmente não poderia de deixar de mencionar sobre essa experiência que muitos, até mesmo da minha familia, não conhecem detalhes. Para mim, foi de suma importância viver esta experiência, pois, como baiana, sinto o coração bater a força destes batuques, cuja história vem muito mais além dos preconceitos e disputas religiosas atuais. Personagens da música popular brasileira estiveram presentes como: Gilberto Gil, Caetano Veloso, dentre outros. Das apresentações, uma que se destacou para mim foi a de Bomba-Meu-Boi, por me fazer recordar a infância de um interior da Bahia, Jitaúna, onde o Bomba-Meu-Boi fazia parte da tradição folclórica. Sem sombra de dúvidas é um acervo histórico de muita importância para a nossa cultura. Casei-me pela primeira vez aos 18 anos, tenho duas filhas, dois netos e atualmente casada com italiano e vivemos entre a Itália e o Brasil. Trabalhei em diversas companhias e por último, em 1990, ingressei numa empresa multinacional na área de Recursos Humanos, permanecendo até minha aposentadoria em 2007. Por não exercer a minha profissão, propriamente dita " Professora", senti a necessidade de exercitar e compartilhar meus conhecimentos neste blog. Espero que agregue valor! Obrigada pela atenção!