domingo, 15 de abril de 2012

A LINGUAGEM É UM FENÔMENO SOCIAL



Até mesmo os povos pertencentes a culturas em atraso e que ignoram a escrita, são capazes de trocar informações e passá-las de geração a geração. Parece, todavia, existir um limite, tanto na fidelidade quanto na quantidade de connhecimentos transmitidos oralmente.

Assim, é que o ser humano nunca depende apenas de si mesmo para obter informações. Até na cultura mais primitiva podia utilizar-se da experiência de vizinhos, amigos e parentes e que lhe era transmitida por meio da linguagem.

Mas quando se inventou a escrita, deu-se um grande passo para frente. A exatidão dos comunicados pôde, então, ser examinada, reexaminada pelos observadores, e a quantidade de conhecimentos acumulada deixou de ficar limitada à capacidade das pessoas em lembrar-se daquilo que lhes foi contado. Para qualquer cultura letrada, bastam apenas alguns séculos para se acumular um vasto cabedal de conhecimento - muito maior do que qualquer indivíduo dessa cultura poderia obeter em toda a vida, quanto mais lembrar! Tais acervos de conhecimento sempre ampliados são postos à disposição de quantos os desejem, mediante processos mecânicos – imprensa, jornal, revista – e agentes distribuidores – comércio livreiro, biblioteca.

Por exemplo, um médico que não saiba tratar um paciente acometido de uma doença rara, poderá perlustrar o “Index Medicus” que o reportará a revisar médicas do mundo inteiro nestas, encontrará comunicados de casos similares que o ajudarão a assistir seu cliente. Da mesma fora, se alguém vive angustiado com um problema de ética, não precisa limitar-se apenas ao conselho do pastor de sua igreja, pode consultar Confúcio, Aristóteles, Jesus e muitos outros, cujos pensamentos sobre o assunto foram registrados em livros. E se é o amor a causa de sua inquietação, pode obter conselhos não apenas de sua mãe ou do melhor amigo, mas também de Ovídio, Propércio, Shakespeare ou de qualquer outro que tenha conhecido esse sentimento e registrado sua experiência por escrito.

A linguagem é de tal modo onipresente que a aceitamos e sabemos que, sem ela, a sociedade, tal como a conhecemos, seria impossível. É um mecanismo indispensável à vida humana, da vida que é plasmada, orientada, enriquecida e tornada possível graças ao acúmulo de experiências passada dos membros da própria espécie.

Existem várias formas de exemplificar a luta de pessoas para ajudar  um ser humano que tenha alguma  deficiência que comprometa a linguagem e a própria expressão.  Vejam o exemplo a seguir, de um pai que luta para proporcionar uma vida melhor para seu filho, tentando entender seus sentimentos e atitudes. Apesar de o vídeo ter sido feito em língua italiana, acredito que não seja difícil a compreensão para aqueles que  o assistirem. O título do vídeo é " Se te abraço, não tenhas medo!"  será usado como título do livro que conta a experiencia de vida desse jovem e do seu pai na luta contra o AUTISMO. 
Também por ser a única maneira de fazer com que as pessoas entendam o porque do jovem Andrea sempre abraça todos que encontra pela frente, pois esta é a maneira que usa para se  comunicar.
As realizações culturais das idades - a invenção da arte culinária, das armas, da escrita, da imprensa, dos métodos de construção, dos jogos e diversões, dos meios de transportes e a descoberta  das artes e das ciências, inclusive da computação - nos foram dadas grátis pelos muitos que já morreram. Estas dádivas, para cuja obtenção nada fizemos, oferecem-nos  não apenas a oportunidade de uma vida mais rica do que aquela que nossos antepassados desfrutaram; dão-nos igualmente oportunidade de acrescentarmos à soma total das realizações humanas as nossas próprias contribuições, por menores ou mais humildes que sejam.

Assim, pois, saber ler ou escrever equivale à faculdade de aproveitamento e participação na maioria dos feitos humanos, especialmente na cotização de todas as experiências reunidas em vastos acervos cooperativos de conhecimento, os quais, exceto em caso de privilégios especiais, censura ou proibição, são de livre acesso a todo mundo. Em vez de permanecer desajudado por causa das limitações de sua própria vivência e conhecimento, em vez de precisar redescobrir por si mesmo aquilo que os outros já fizeram, e em vez de explorar as falsas trilhas já exploradas e repetir os mesmos erros, o homem pode continuar avançando, a partir do ponto onde esses outros chegaram. É o mesmo que dizer que a linguagem é que torna possível o progresso.

Desde o grito do homem primitivo  até a última monografia científica  ou notícia radiofônica, A LINGUAGEM É UM FENÔMENO SOCIAL e a cooperação cultural e intelectual constitui o grande princípio da vida humana. Resultado:  todos os que sabem ler qualquer das línguas europeias ou asiáticas ficam potencialmente em contato com os recursos intelectuais de empreendimentos humanos seculares ou milenares, em todas as regiões do mundo civilizado.

Apesar de seu predomínio nas atividades humanas, a linguagem é pouco conhecida. Há quantidade de conceitos falsos a seu respeito, inclusive por parte de pessoas instruídas, e nem mesmo os lingüistas profissionais podem afirmar compreendê-la totalmente. Está radicalmente errada uma pessoa que pretenda seja a natureza da linguagem evidente por si mesma, ou que conclua sabermos tudo sobre uma língua, simplesmente porque a falamos. Aos poucos, no entanto, vamos aprendendo a respeito desse notável instrumento de comunicação unicamente humano. Há várias razões que justificam um estudo acurado sobra a linguagem. Em primeiro lugar,  muitos problemas graves do mundo de hoje incluem essencialmente a linguagem.



Bibliografia:

  • Hayakawa, S.I. - A Linguagem no Pensamento e na Ação - "As Funções da Linguagem"
  • Langacker, Ronald W. - A Linguagem e sua Estrutura





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Um Pouco Sobre Minha História de

Um Pouco Sobre Minha História de

Vida

Nascida de família simples do interior da Bahia, em 03 de outubro de 1955, dia da eleição para Presidente da Republica, Juscelino Kubitschek, justamente, no momento em que minha mãe estava à caminho do posto eleitoral, sentiu a dor do porto e por isso não pode votar. Sendo a primogenita dos seis filhos da minha mãe e a quinta do meu pai, sempre sonhava acordada desde a infância. E, a partir desses sonhos juvenis é que as coisas foram acontecendo. Aos 12 anos de idade, dormia escutando um radinho de pilhas buscando a frequência de Londres para aprender inglês dormindo, pois a curiosidade de como vivam as pessoas em outros países era imensa. Aprendi inglês com o método "natural approach". Não frequentei cursinhos de inglês e por digitar muito, melhor dizer "datilografar" a gramática inglesa, aumentei a facilidade na escrita. Morei na Califórnia por 5 anos, e assim ampliei meus conhecimentos da língua inglesa e posteriormente é que cursei Letras Vernáculas, óbvio que com Inglês. A minha primeira viagem foi à Africa, precisamente em Lagos-Nigéria, onde permaneci longos meses, longos, porque foi numa época de guerrilhas (estado de sítio) destruição de correios, morte de Charles Chaplin, a qual que ocorreu justamente numa data inesquecível, no dia de Natal, quando me encontrava, numa casa de mulçumanos. Além de todos estes acontecimentos, não poderia deixar de mencionar também o show de Bob Marley, quando apresentava seu novo disco (vinil) "Kaya" para seus "irmãos de cor". Havia precariedade de linhas telefônicas, e o meu contato com a familia, praticamente não existia, sendo motivo de muita preocupação para meus pais. Além destes acontecimentos, o "FESTAC 77" (Festival da cultura negra internacional) tomou conta do continente africano, onde todas as nações negras do mundo se reuniram como uma espécie de "proclame" pela conquista de suas independencias.
Realmente não poderia de deixar de mencionar sobre essa experiência que muitos, até mesmo da minha familia, não conhecem detalhes. Para mim, foi de suma importância viver esta experiência, pois, como baiana, sinto o coração bater a força destes batuques, cuja história vem muito mais além dos preconceitos e disputas religiosas atuais. Personagens da música popular brasileira estiveram presentes como: Gilberto Gil, Caetano Veloso, dentre outros. Das apresentações, uma que se destacou para mim foi a de Bomba-Meu-Boi, por me fazer recordar a infância de um interior da Bahia, Jitaúna, onde o Bomba-Meu-Boi fazia parte da tradição folclórica. Sem sombra de dúvidas é um acervo histórico de muita importância para a nossa cultura. Casei-me pela primeira vez aos 18 anos, tenho duas filhas, dois netos e atualmente casada com italiano e vivemos entre a Itália e o Brasil. Trabalhei em diversas companhias e por último, em 1990, ingressei numa empresa multinacional na área de Recursos Humanos, permanecendo até minha aposentadoria em 2007. Por não exercer a minha profissão, propriamente dita " Professora", senti a necessidade de exercitar e compartilhar meus conhecimentos neste blog. Espero que agregue valor! Obrigada pela atenção!