Até
mesmo os povos pertencentes a culturas em atraso e que ignoram a
escrita, são capazes de trocar informações e passá-las de geração
a geração. Parece, todavia, existir um limite, tanto na fidelidade
quanto na quantidade de connhecimentos transmitidos oralmente.
Mas
quando se inventou a escrita, deu-se um grande passo para frente. A
exatidão dos comunicados pôde, então, ser examinada, reexaminada
pelos observadores, e a quantidade de conhecimentos acumulada deixou
de ficar limitada à capacidade das pessoas em lembrar-se daquilo que
lhes foi contado. Para qualquer cultura letrada, bastam apenas alguns
séculos para se acumular um vasto cabedal de conhecimento - muito
maior do que qualquer indivíduo dessa cultura poderia obeter em toda
a vida, quanto mais lembrar! Tais acervos de conhecimento sempre
ampliados são postos à disposição de quantos os desejem, mediante
processos mecânicos – imprensa, jornal, revista – e agentes
distribuidores – comércio livreiro, biblioteca.
Por
exemplo, um médico que não saiba tratar um paciente acometido de
uma doença rara, poderá perlustrar o “Index Medicus” que o
reportará a revisar médicas do mundo inteiro nestas, encontrará
comunicados de casos similares que o ajudarão a assistir seu
cliente. Da mesma fora, se alguém vive angustiado com um problema de
ética, não precisa limitar-se apenas ao conselho do pastor de sua igreja, pode consultar Confúcio, Aristóteles, Jesus e muitos outros, cujos pensamentos sobre o assunto foram registrados em livros. E se é o amor a causa de sua inquietação, pode obter conselhos não apenas de sua mãe ou do melhor amigo, mas também de Ovídio, Propércio, Shakespeare ou de qualquer outro que tenha conhecido esse sentimento e registrado sua experiência por escrito.
A linguagem é de tal modo onipresente que a aceitamos e sabemos que, sem ela, a sociedade, tal como a conhecemos, seria impossível. É um mecanismo indispensável à vida humana, da vida que é plasmada, orientada, enriquecida e tornada possível graças ao acúmulo de experiências passada dos membros da própria espécie.
Existem várias formas de exemplificar a luta de pessoas para ajudar um ser humano que tenha alguma deficiência que comprometa a linguagem e a própria expressão. Vejam o exemplo a seguir, de um pai que luta para proporcionar uma vida melhor para seu filho, tentando entender seus sentimentos e atitudes. Apesar de o vídeo ter sido feito em língua italiana, acredito que não seja difícil a compreensão para aqueles que o assistirem. O título do vídeo é " Se te abraço, não tenhas medo!" será usado como título do livro que conta a experiencia de vida desse jovem e do seu pai na luta contra o AUTISMO.
Também por ser a única maneira de fazer com que as pessoas entendam o porque do jovem Andrea sempre abraça todos que encontra pela frente, pois esta é a maneira que usa para se comunicar.
As realizações culturais das idades - a invenção da arte culinária, das armas, da escrita, da imprensa, dos métodos de construção, dos jogos e diversões, dos meios de transportes e a descoberta das artes e das ciências, inclusive da computação - nos foram dadas grátis pelos muitos que já morreram. Estas dádivas, para cuja obtenção nada fizemos, oferecem-nos não apenas a oportunidade de uma vida mais rica do que aquela que nossos antepassados desfrutaram; dão-nos igualmente oportunidade de acrescentarmos à soma total das realizações humanas as nossas próprias contribuições, por menores ou mais humildes que sejam.
Assim, pois, saber ler ou escrever equivale à faculdade de aproveitamento e participação na maioria dos feitos humanos, especialmente na cotização de todas as experiências reunidas em vastos acervos cooperativos de conhecimento, os quais, exceto em caso de privilégios especiais, censura ou proibição, são de livre acesso a todo mundo. Em vez de permanecer desajudado por causa das limitações de sua própria vivência e conhecimento, em vez de precisar redescobrir por si mesmo aquilo que os outros já fizeram, e em vez de explorar as falsas trilhas já exploradas e repetir os mesmos erros, o homem pode continuar avançando, a partir do ponto onde esses outros chegaram. É o mesmo que dizer que a linguagem é que torna possível o progresso.
Desde o grito do homem primitivo até a última monografia científica ou notícia radiofônica, A LINGUAGEM É UM FENÔMENO SOCIAL e a cooperação cultural e intelectual constitui o grande princípio da vida humana. Resultado: todos os que sabem ler qualquer das línguas europeias ou asiáticas ficam potencialmente em contato com os recursos intelectuais de empreendimentos humanos seculares ou milenares, em todas as regiões do mundo civilizado.
Apesar de seu predomínio nas atividades humanas, a linguagem é pouco conhecida. Há quantidade de conceitos falsos a seu respeito, inclusive por parte de pessoas instruídas, e nem mesmo os lingüistas profissionais podem afirmar compreendê-la totalmente. Está radicalmente errada uma pessoa que pretenda seja a natureza da linguagem evidente por si mesma, ou que conclua sabermos tudo sobre uma língua, simplesmente porque a falamos. Aos poucos, no entanto, vamos aprendendo a respeito desse notável instrumento de comunicação unicamente humano. Há várias razões que justificam um estudo acurado sobra a linguagem. Em primeiro lugar, muitos problemas graves do mundo de hoje incluem essencialmente a linguagem.
Bibliografia:
Bibliografia:
- Hayakawa, S.I. - A Linguagem no Pensamento e na Ação - "As Funções da Linguagem"
- Langacker, Ronald W. - A Linguagem e sua Estrutura
Nenhum comentário:
Postar um comentário