sábado, 31 de março de 2012

IMPORTANCIA DA COMPREENSÃO DA LINGUAGEM


"A linguagem está em toda parte, impregna nossos pensamentos, é intermediária em nossas relações com os outros. Se alguém diz: "Cuidado!" e saltamos a tempo de não sermos esmagados por um carro, devemos nossa salvação ao ato cooperativo fundamental que garante a sobrevivência da nossa espécie, isto é, devemo-la à comunicação de ruídos. Não vimos o carro, mas alguém o viu e fez certos ruídos para nos comunicar seu alarma.  Embora o nosso sistema nervoso não registrasse o perigo, saímos ilesos, pois outro sistema nervoso o registrou por nós - naquele instante, contamos com um sistema nervoso que veio acrescentar-se ao nosso.


Quando prestamos atenção a esses ruídos e aos sinais pretos que, no papel, representam tais ruídos, estamos nos valendo de experiências alheias a fim de completar as que nos faltam. Assim, pois, quanto mais um individuo use outros sistemas nervosos para completar o seu, tanto mais fácil lhe será sobreviver. Quanto mais indivíduos houver num grupo acostumados a cooperar, mediante os ruídos que fazem entre si, tanto melhor para todos - dentro nos  limites, é óbvio, das aptidões desse grupo para a sua organização em sociedade.

O gregarismo, como auxílio de autodefesa e sobrevivência, em verdade, foi imposto aos homens pela necessidade de unir sistemas nervosos, antes do que pela necessidade de reunir força física.


O homem desenvolveu não apenas a linguagem, mas também os meios de fazer em tabuinhas de argila, pedaços de madeira ou pedra, peles de animais e no papel sinais e rabiscos mais ou menos permanentes que REPRESENTAM a linguagem. Os sinais e rabiscos habilitam-no a comunicar-se com pessoas que, tanto no tempo como no espaço, se encontram para além do alcance de sua voz."

Há um longo caminho das árvores marcadas que indicavam a picada aos índios, até o jornal diário metropolitano. Ambos, porém transmitem um traço comum: transmitem o conhecimento de um indivíduo a outros indivíduos, visando sua conveniência, sua instrução. Os índios quase desapareceram mas ainda hoje se pode seguir muitas das suas trilhas. Arquimedes está morto, mas possuímos o que escreveu sobre suas experiências no campo da física. Por meio de jornais, rádios, televisões, internet, somos informados com grande rapidez, de inúmeros fatos do mundo em que vivemos. Livros e revistas nos informam sobre o pensamento e o sentimento de centenas de pessoas que nunca chegamos a conhecer, e todo esse acervo nos será útil até mesmo na solução de nossos problemas pessoais.


Na realidade, a maioria daquilo que chamamos "carateristicas humanas da espécie" são expressas e desenvolvidas mercê da nossa habilidade em cooperar, POR MEIO DE NOSSOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE RUÍDOS ORAIS SIGNIFICATIVOS E DE RABISCOS SIGNIFICATIVOS POSTOS NO PAPEL.

Bibliografia:
  • Hayakawa, S.I. - A Linguagem no Pensamento e na Ação - "As Funções da Linguagem"
  • Langacker, Ronald W. - A Linguagem e sua Estrutura





3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Lendo seu texto, lembrei das histórias que "brincam com a linguagem", costumam ser divertidas, dispertam a curiosidade das crianças e estimula o desafio para a criança decodificar a mensagem e criar novos textos "de enrolar"
    Já trabalhei esse Conto com meus alunos, abordando todo esse contexto que citei, muito bom! Espero que goste:


    VAIVÉM VAI?

    Era uma vez um marceneiro que gostava muito de dar nomes para as coisas. Nunca chamava suas ferramentas como todo mundo ; preferia chamar o martelo de bate-bate , a plaina de raspa-e-afina, o alicate de prende-e-puxa e o serrote de vaivém.

    Um dia o filho do seu vizinho foi até sua oficina para pedir o serrote emprestado. O marceneiro, porém, conhecia a fama do vizinho: ele nunca devolvia o que pedia emprestado.

    Então, o marceneiro disse para o menino:

    -"Olhe, meu filho, diga a seu pai que vaivém só vai quando vaivém vem; se vaivém fosse e vaivém viesse vaivém ia; mas como vaivém vai e vaivém não vem... vaivém não vai!!"
    (Maria José Nóbrega e rosane Pamplona)

    Beijos!!
    Gabriela Sousa
    Professora
    Psicopedagoga

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  3. Obrigada Gabriela, esse texto eu conhecí através de meus pais. Não como texto, propriamente dito, mas, como atitude. Esta era a atitude deles diante uma situação semelhante. Foi muito relembrar através de você! Beijosssssss

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Um Pouco Sobre Minha História de

Um Pouco Sobre Minha História de

Vida

Nascida de família simples do interior da Bahia, em 03 de outubro de 1955, dia da eleição para Presidente da Republica, Juscelino Kubitschek, justamente, no momento em que minha mãe estava à caminho do posto eleitoral, sentiu a dor do porto e por isso não pode votar. Sendo a primogenita dos seis filhos da minha mãe e a quinta do meu pai, sempre sonhava acordada desde a infância. E, a partir desses sonhos juvenis é que as coisas foram acontecendo. Aos 12 anos de idade, dormia escutando um radinho de pilhas buscando a frequência de Londres para aprender inglês dormindo, pois a curiosidade de como vivam as pessoas em outros países era imensa. Aprendi inglês com o método "natural approach". Não frequentei cursinhos de inglês e por digitar muito, melhor dizer "datilografar" a gramática inglesa, aumentei a facilidade na escrita. Morei na Califórnia por 5 anos, e assim ampliei meus conhecimentos da língua inglesa e posteriormente é que cursei Letras Vernáculas, óbvio que com Inglês. A minha primeira viagem foi à Africa, precisamente em Lagos-Nigéria, onde permaneci longos meses, longos, porque foi numa época de guerrilhas (estado de sítio) destruição de correios, morte de Charles Chaplin, a qual que ocorreu justamente numa data inesquecível, no dia de Natal, quando me encontrava, numa casa de mulçumanos. Além de todos estes acontecimentos, não poderia deixar de mencionar também o show de Bob Marley, quando apresentava seu novo disco (vinil) "Kaya" para seus "irmãos de cor". Havia precariedade de linhas telefônicas, e o meu contato com a familia, praticamente não existia, sendo motivo de muita preocupação para meus pais. Além destes acontecimentos, o "FESTAC 77" (Festival da cultura negra internacional) tomou conta do continente africano, onde todas as nações negras do mundo se reuniram como uma espécie de "proclame" pela conquista de suas independencias.
Realmente não poderia de deixar de mencionar sobre essa experiência que muitos, até mesmo da minha familia, não conhecem detalhes. Para mim, foi de suma importância viver esta experiência, pois, como baiana, sinto o coração bater a força destes batuques, cuja história vem muito mais além dos preconceitos e disputas religiosas atuais. Personagens da música popular brasileira estiveram presentes como: Gilberto Gil, Caetano Veloso, dentre outros. Das apresentações, uma que se destacou para mim foi a de Bomba-Meu-Boi, por me fazer recordar a infância de um interior da Bahia, Jitaúna, onde o Bomba-Meu-Boi fazia parte da tradição folclórica. Sem sombra de dúvidas é um acervo histórico de muita importância para a nossa cultura. Casei-me pela primeira vez aos 18 anos, tenho duas filhas, dois netos e atualmente casada com italiano e vivemos entre a Itália e o Brasil. Trabalhei em diversas companhias e por último, em 1990, ingressei numa empresa multinacional na área de Recursos Humanos, permanecendo até minha aposentadoria em 2007. Por não exercer a minha profissão, propriamente dita " Professora", senti a necessidade de exercitar e compartilhar meus conhecimentos neste blog. Espero que agregue valor! Obrigada pela atenção!